alguns discos que ouvimos recentemente
Falaê moçada!
Hoje
dissertaremos sobre música, algo que
não fazemos já faz um tempinho, pra fugirmos um pouco das loucuras que estão
nos impondo de modo inclemente. Nada como uma musiquinha para espantar esse
mal-estar generalizado que acomete nossa nação...
Neste caso,
falaremos de 3 discos excelentes para conhecermos o que a música brasileira tem
produzido de bom e de novo (ainda que um dos álbuns venha a debutar ano que
vem) e que devemos ao menos escutar com atenção. Exporemos aqui na ordem em que
escutamos cada obra.
Eletrorústicobarracocêntrico - Ludi Um
Escutamos esse
disco, gravado em 2003, assim que
reencontramos esse ex-aluno do Cefet-RJ, contemporâneo de 1992.
Um disco de
tiro curto (apenas 5 faixas), porém de alta voltagem, que mescla inúmeras
influências do que há de melhor na música preta, entre instrumentos com muito
peso, scratchs e beats eletrônicos, e letras com teor social e uma pitada de meio-ambiente
bastante precisa.
Os nomes que o
cantor e compositor utiliza pra nomear suas músicas já demonstram essa faceta
ecológica ("Como a garça coberta de óleo" e "Nada machuca os
peixes") e o conteúdo das letras evidencia seu total engajamento, sem perder a sensibilidade. Destacamos também a faixa
"Dá mole que um dia explode", de letra adaptada dum poema de Bráulio
Tavares, de bastante relevância pela mensagem da letra e também pelas palmas
que estimulam a dança na pista.
Aliás, é
possível balançar o esqueleto quando se ouve cada faixa assim como também
pode-se ouvir o álbum autoral de Ludi todo numa mesa com um copo de suco de acerola
com laranja ou uma tulipa com um chope bem tirado...
Portanto essa é
nossa primeira dica. Segue o link:
21 de março de 1973 - Homobono
Lançamento
desse ano, o álbum de estúdio desse elemento de muito swing e pouco isguéri-guéri é o primeiro assinado somente como Homobono, ele que já tinha se lançado
na música como Minha Pequena Soundsystem,
um trabalho-solo paralelo às suas atividades como guitarrista, letrista e vocalista
da banda carioca Los Djangos.
21 de março de 1973 é um disco adequado
para pistas e casas, quartinhos, ruas e rodovias. A sonoridade pop é mesclada a
elementos da música moderna (como sintetizadores e bateria eletrônica) e
fervilhado de guitarras e percussões adicionais, numa produção assinada pelo
próprio Homobono.
Letras muito
bem humoradas para falar de religiosidade ("Jesus Cristo é ótimo"),
crítica social ("Nervo asiático"), romantismo ("Sobrevivente")
e ainda sobra tempo pra falar de quem quer viver (ou vive) de música
("Muito loka essa banda"). Sem contar os diversos bilhetes espalhados
pelas 6 canções que compõem o álbum, 100% autoral (entre elas, duas parcerias).
Para esse
disco, vale o mesmo comentário final que fizemos sobre Eletrorústicobarracocêntrico: ouça-o bebendo ou dançando, dá no
mesmo...
Segue o link da
segunda dica:
Penteado - Guga_Bruno
Esse já é um
álbum que nós não definiríamos num primeiro momento como "de pista",
como os de Ludi e Homobono. Ou pelo menos não aparentemente, porque se a pessoa
usar a imaginação pode até deslizar na areia, ainda que sem ouvir uma banda sem
fúria fazendo a cozinha pra esse disco...
Pois é esse o
clima desse que é o terceiro trabalho solo de nosso amigo Bruno (ou Guga ou Guga_Bruno).
Um disco que convida o ouvinte a viajar pelas 10 faixas autorais, a começar
pela excelente "Zoo", que abre o disco, e "Seu Pepeu", logo
a seguir.
Penteado é um disco de violão. Aliás, a
sonoridade extraída desse instrumento nos remete aos Di Giorgios que foram
utilizados pelos músicos nos anos 1960 e 1970, ou seja, um resgate realmente importante
dum timbre esquecido.
Não foi preciso
mais que simplesmente a voz e o violão para que o guitarrista da saudosa banda Chinelo de Couro Cru e os Cruzados de
Canhota concebesse um trabalho muito bem feito. Além das faixas que destacamos,
pedimos atenção à canção "Lagarto", gravada originalmente com a banda
supracitada, e à afinação em "Canção despedida", caso você precise
azeitar seu pinho...
Recomendação
idêntica às demais: encha o copo ou a tulipa e curta dançando ou batucando...
Por fim, o link
da terceira dica:
Esperamos que
leitoras e leitores gostem de nossas dicas. Comentem à vontade e compartilhem
se for o caso.
Em tempos de midiatização massacrante e jabaculê igualmente intenso correndo
soltos por aí, tendo como conseqüência direta a imposição do que devemos ouvir
(e gostar), as três opções são provas de que é possível fugir daquilo que se
impõe como "de qualidade", muitas vezes nos enganando e nos fazendo
crer que não há mais nada que preste
em termos de música brasileira. Importante lembrar que raríssimas são as
exceções que conseguem furar o bloqueio e aparecer na TV, nas rádios e nas
redes sociais. E em geral, tais exceções costumam ser efêmeras, pois a mídia odeia quem vende sem se vender...
Querendo ou
não, com seus trabalhos Ludi, Homobono e Guga, cada um dentro de sua seara, nos
mostram que há alternativas. É só procurá-las.
4 comentários:
a do chinelo de couro cru, chega a ser nostálgica rs , agora versão violão rs.
Cara tá muito massa a sua página, apesar dos escudos do argh flamengo!
Lalá, Lalá, olha o recalque, a inveja mata hein!!! Hahahahahaaa!!! Beijão!!!
Excelentes resenhas e excelentes discos...
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