quinta-feira, 6 de abril de 2017

malacanotas musicais 1

alguns discos que ouvimos recentemente

Falaê moçada!
Hoje dissertaremos sobre música, algo que não fazemos já faz um tempinho, pra fugirmos um pouco das loucuras que estão nos impondo de modo inclemente. Nada como uma musiquinha para espantar esse mal-estar generalizado que acomete nossa nação...
Neste caso, falaremos de 3 discos excelentes para conhecermos o que a música brasileira tem produzido de bom e de novo (ainda que um dos álbuns venha a debutar ano que vem) e que devemos ao menos escutar com atenção. Exporemos aqui na ordem em que escutamos cada obra.


Eletrorústicobarracocêntrico - Ludi Um

Escutamos esse disco, gravado em 2003, assim que reencontramos esse ex-aluno do Cefet-RJ, contemporâneo de 1992.
Um disco de tiro curto (apenas 5 faixas), porém de alta voltagem, que mescla inúmeras influências do que há de melhor na música preta, entre instrumentos com muito peso, scratchs e beats eletrônicos, e letras com teor social e uma pitada de meio-ambiente bastante precisa.
Os nomes que o cantor e compositor utiliza pra nomear suas músicas já demonstram essa faceta ecológica ("Como a garça coberta de óleo" e "Nada machuca os peixes") e o conteúdo das letras evidencia seu total engajamento, sem perder a sensibilidade. Destacamos também a faixa "Dá mole que um dia explode", de letra adaptada dum poema de Bráulio Tavares, de bastante relevância pela mensagem da letra e também pelas palmas que estimulam a dança na pista.
Aliás, é possível balançar o esqueleto quando se ouve cada faixa assim como também pode-se ouvir o álbum autoral de Ludi todo numa mesa com um copo de suco de acerola com laranja ou uma tulipa com um chope bem tirado...
Portanto essa é nossa primeira dica. Segue o link:



21 de março de 1973  - Homobono

Lançamento desse ano, o álbum de estúdio desse elemento de muito swing e pouco isguéri-guéri é o primeiro assinado somente como Homobono, ele que já tinha se lançado na música como Minha Pequena Soundsystem, um trabalho-solo paralelo às suas atividades como guitarrista, letrista e vocalista da banda carioca Los Djangos.
21 de março de 1973 é um disco adequado para pistas e casas, quartinhos, ruas e rodovias. A sonoridade pop é mesclada a elementos da música moderna (como sintetizadores e bateria eletrônica) e fervilhado de guitarras e percussões adicionais, numa produção assinada pelo próprio Homobono.
Letras muito bem humoradas para falar de religiosidade ("Jesus Cristo é ótimo"), crítica social ("Nervo asiático"), romantismo ("Sobrevivente") e ainda sobra tempo pra falar de quem quer viver (ou vive) de música ("Muito loka essa banda"). Sem contar os diversos bilhetes espalhados pelas 6 canções que compõem o álbum, 100% autoral (entre elas, duas parcerias).
Para esse disco, vale o mesmo comentário final que fizemos sobre Eletrorústicobarracocêntrico: ouça-o bebendo ou dançando, dá no mesmo...
Segue o link da segunda dica:



Penteado  - Guga_Bruno

Esse já é um álbum que nós não definiríamos num primeiro momento como "de pista", como os de Ludi e Homobono. Ou pelo menos não aparentemente, porque se a pessoa usar a imaginação pode até deslizar na areia, ainda que sem ouvir uma banda sem fúria fazendo a cozinha pra esse disco...
Pois é esse o clima desse que é o terceiro trabalho solo de nosso amigo Bruno (ou Guga ou Guga_Bruno). Um disco que convida o ouvinte a viajar pelas 10 faixas autorais, a começar pela excelente "Zoo", que abre o disco, e "Seu Pepeu", logo a seguir.
Penteado é um disco de violão. Aliás, a sonoridade extraída desse instrumento nos remete aos Di Giorgios que foram utilizados pelos músicos nos anos 1960 e 1970, ou seja, um resgate realmente importante dum timbre esquecido.
Não foi preciso mais que simplesmente a voz e o violão para que o guitarrista da saudosa banda Chinelo de Couro Cru e os Cruzados de Canhota concebesse um trabalho muito bem feito. Além das faixas que destacamos, pedimos atenção à canção "Lagarto", gravada originalmente com a banda supracitada, e à afinação em "Canção despedida", caso você precise azeitar seu pinho...
Recomendação idêntica às demais: encha o copo ou a tulipa e curta dançando ou batucando...
Por fim, o link da terceira dica:



Esperamos que leitoras e leitores gostem de nossas dicas. Comentem à vontade e compartilhem se for o caso.
Em tempos de midiatização massacrante e jabaculê igualmente intenso correndo soltos por aí, tendo como conseqüência direta a imposição do que devemos ouvir (e gostar), as três opções são provas de que é possível fugir daquilo que se impõe como "de qualidade", muitas vezes nos enganando e nos fazendo crer que não há mais nada que preste em termos de música brasileira. Importante lembrar que raríssimas são as exceções que conseguem furar o bloqueio e aparecer na TV, nas rádios e nas redes sociais. E em geral, tais exceções costumam ser efêmeras, pois a mídia odeia quem vende sem se vender...
Querendo ou não, com seus trabalhos Ludi, Homobono e Guga, cada um dentro de sua seara, nos mostram que há alternativas. É só procurá-las.


4 comentários:

Robson disse...

a do chinelo de couro cru, chega a ser nostálgica rs , agora versão violão rs.

Unknown disse...

Cara tá muito massa a sua página, apesar dos escudos do argh flamengo!

sanctusviana disse...

Lalá, Lalá, olha o recalque, a inveja mata hein!!! Hahahahahaaa!!! Beijão!!!

Raphael disse...

Excelentes resenhas e excelentes discos...